(presidente da direção da Associação Empresarial Ourém – Fátima)
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
A importância da liderança no sucesso das organizações
(presidente da direção da Associação Empresarial Ourém – Fátima)
Testemunho de uma adulto que frequentou o RVCC
Olá!
Sou José Mendes Pereira, moro em Montelo, freguesia de Fátima, tenho 52 anos e recentemente frequentei o RVCC de nível básico.
Esta ideia de ir para a escola novamente não é nada fácil.
Por vezes formamos ideias completamente negativas acerca dos novos desafios, mesmo sem os conhecer.
Uma vez tomada a decisão, encarei o assunto com responsabilidade e lá fui eu, cabisbaixo, tímido, tal e qual como se fosse um rapazola.
Encontrei um espaço agradável, um ambiente tranquilo, de paz, alegria, onde descobri que afinal, tenho em mim, ainda bem vivas, as memórias e o jeito de rapaz de escola.
Contudo, os tempos eram outros. Já não fui encontrar os meus colegas da aldeia, mas sim um pequeno grupo, trabalhador e dinâmico, que rapidamente se soube unir, fortalecendo-se para atingir um objectivo comum a todos, chegando mesmo a fazer coisas maravilhosas.
Para eles fica aqui o meu muito obrigado, pela amizade e companheirismo.
É evidente que, apesar de sermos um grupo bom, sozinhos não chegaríamos à meta. Para que tal acontecesse, houve muito trabalho e dedicação por parte das formadoras, que foram incansáveis e muito pacientes.
É de realçar o tempo dispensado para compreender as nossas dificuldades, dedicando-nos todo o seu profissionalismo e conhecimento académico.
Para elas, em meu nome e do restante grupo, vai um grande obrigado, pela amizade e pela forma como sempre nos acolheram.
Deixo um conselho a todos os que lêem este pequeno texto: deixem um pouco o conforto das vossas casas, juntem-se a este grupo e descobrirão que há muitas coisas para aprender, quer a nível pessoal, quer a nível social.
No final, já fica um sentimento de saudade.
Talvez o futuro nos reserve um novo encontro, num novo desafio, numa outra sala, mas com os mesmos objectivos.
Obrigado a todos.
José Mendes Pereira
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Cerimónia de Entrega de Certificados do Centro Novas Oportunidades e do Centro de Formação Contínua da Insignare
Cumprimento todos os presentes, com especial atenção os convidados que nos honram com a sua participação neste ato que intitularia de solene. Esta Cerimónia de Entrega de Certificados do Centro Novas Oportunidades, que nesta data comemora 10 anos de atividade, e do Centro de Formação Contínua da Insignare
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Cerimónia de entrega de certificados
Ontem, dia 5 de Dezembro de 2011, decorreu a cerimónia de entrega de certificados do nosso Centro Novas Oportunidades. Em representação de todos os certificados de nível básico, convidámos a adulta Almerinda Nunes a discursar, por ser uma pessoa que se destacou pela forma como encarou o processo e pelo empenho e competências que demonstrou.
Aqui deixamos o seu testemunho e desejamos muitas felicidades a todos.
"Boa noite!
O meu nome é Almerinda Nunes, moro em Caxarias.
Hoje estou aqui, com alguma emoção, mas também orgulhosa de mim mesma,
para dar o meu testemunho acerca do Processo RVCC, que concluí na escola da Barreira, no dia 25 de Novembro.
Quando tive conhecimento que iria decorrer na escola da Barreira o processo RVCC para o 9º ano, decidi inscrever-me porque tinha muita vontade de aprofundar os meus conhecimentos e também aprender algumas coisas novas.
Quando me falavam do RVCC, diziam-me que era fácil, era escrever a nossa história de vida e fazer algumas fichas nas sessões. Mas não foi bem assim, porque na minha história de vida tive que demonstrar competências em várias áreas. Não foi fácil elaborar o meu portfólio e houve momentos que pensei em desistir, mas ao mesmo tempo pensava: “se tantas pessoas já conseguiram porque é que não hei-de conseguir também?”. Ao falar com os meus colegas descobri que não estava a ser fácil para ninguém, mas não podíamos nem devíamos desistir, porque este processo era importante para nós, tanto a nível pessoal como profissional.
Escrever a minha história de vida foi recordar experiências e emoções vividas, algumas delas há muito tempo esquecidas e que contribuíram muito para a pessoa que sou hoje.
Adquiri novos conhecimentos que me enriqueceram enquanto pessoa e cidadã, com maior capacidade de reflectir, decidir e agir.
Para mim foi muito gratificante este processo, saio com a minha auto-estima melhorada e com níveis de auto confiança reforçados.
Na equipa que me acompanhou durante estes meses, encontrei o estímulo e a motivação, que me deram coragem para desenvolver, com gosto, o meu portfólio com a qualidade de que me orgulho, pois exigiu determinação, entrega e esforço.
Sem a sua dedicação e a sua ajuda não teria chegado até aqui.
Assim sendo, do fundo do coração, o meu muito obrigada, pela nova oportunidade que me foi proporcionada.
Formação e conhecimentos… porque não há limite de tempo para aprendermos, se assim o quisermos."
A equipa de nível básico:
Marília Matias, profissional de RVC
Dulce Maurício, formadora de MV e TIC
Rute Ribeiro, formadora de LC e CE
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Por amor a uma causa
«Num qualquer dia desta semana, saí da escola por volta das 18 horas e percorri os 35 km habituais para ir buscar a minha filha ao colégio e levá-la ao ballet. O saco do ballet continha, para além das roupinhas, dois pães de leite, um queque e uma garrafinha de água. A minha filhota costuma sair da aula faminta, mas o motivo do lanche tardio era outro: Naquele dia, depois do ballet não iríamos para casa, pois eu voltaria à escola, e sem alternativa, teria de levar a minha filha comigo. Assim que a aula terminou, ajudei-a a trocar de roupa, e por volta das 19 horas e 20 minutos seguimos viagem, percorrendo mais 35 km com o objetivo de realizar uma sessão de diagnóstico a uma única adulta nessa noite. Poderia ter desmarcado a sessão, mas não o fiz. Para essa decisão, contribuiu a dificuldade de contacto anterior com a adulta, impedimentos de ordem pessoal, que a impossibilitaram de comparecer no Centro até essa data, não esquecendo a imperatividade do cumprimento de prazos estipulados pela legislação referente aos adultos desempregados!
Minutos antes das 20 horas chegámos à escola. À entrada, um colega que saía, obervou: “Que frio! Isto não é noite para uma mãe sair de casa com a filha!" Após uma breve troca de palavra, seguimos, ele em direção a sua casa e nós, em direção ao Centro Novas Oportunidades.
Alguns minutos depois chegou a adulta para a realização da sessão de diagnóstico. A Isabel (nome fictício) tem 43 anos e 4 filhos, com idades compreendidas entre os 6 e os 17 anos. Oriunda de um bairro pobre de uma cidade grande, frequentou a escola até concluir o 4.º ano de escolaridade. Tratando-se da filha mais velha, tornou-se “mãe” dos seus irmãos mais novos, tendo sido incumbida da generalidade das tarefas domésticas e responsabilidades parentais. Durante os anos que lhe restaram da sua infância, a Isabel esqueceu muito do pouco que aprendeu na sua curta passagem pela escola. Raramente leu ou escreveu, pois isso não lhe foi exigido, nem permitido, em primeiro lugar pela família e posteriormente pelas suas atividades profissionais.
Quando a Isabel iniciou o preenchimento do cabeçalho da Ficha de Diagnóstico, a agradável caligrafia do cabeçalho, não fazia prever as dificuldades que se seguiam. Constatei que a adulta não consegue ler nem escrever de forma minimamente correta, uma frase simples. Manifestou, em relação a isso, profunda tristeza e muita vontade de, pelo menos, aprender a ler.
A iniciar mais 35 km de regresso a casa, a minha filha, na ingenuidade dos seus seis anos, perguntava-me: “Mamã, quando aquela senhora era pequenina não havia escolas?”. Eu respondi-lhe que sim, mas que aquela senhora não teve a oportunidade de estudar, e fui-lhe explicando os motivos de forma a que ela entendesse. “Tenho muita pena dela, mamã.” Expliquei-lhe que aquela senhora terá a possibilidade de aprender a ler e a escrever na minha escola ou em outra escola, porque a escola também serve para ensinar os adultos”. Após um minuto de silêncio acrescentou: “Mamã, os adultos vêm à escola à noite, porque de dia têm que trabalhar, não é? Ainda bem, senão não podiam aprender”.
Encaminharei esta adulta, à semelhança de outros na mesma situação, para o Programa de Formação em Competências Básicas, com a duração de 300 horas, para que lhe seja possível adquirir competências mínimas de Linguagem e Comunicação, Matemática para a Vida e TIC, que posteriormente permitam a integração num percurso EFA B2, para concluir o 6.º ano e quem sabe, posteriormente o 9º, preferencialmente pela via da dupla certificação.
Ela aproveitará essa oportunidade, se ela existir. Nos seus olhos ficou o brilho da esperança de aprender a ler e a escrever e talvez, posteriormente, concluir o 6.º ano.
Pergunto: alguém terá a coragem de dizer que esta adulta, de 43 anos, não merece essa oportunidade? Que não vale a pena o investimento? Milhares de portugueses(as) com dezenas de anos de vida ativa pela frente e excluídos do mercado de trabalho precisam desta oportunidade! Pela justiça social, pelo desenvolvimento do país, na parte que me compete não deixarei de acreditar, não deixarei de lutar contra o preconceito!»
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Ecoturismo: uma prática com futuro
Atualmente é essencial estarmos a par dos mais recentes desenvolvimentos associados, não só à nossa área de formação base, mas também à nossa atividade profissional. Neste âmbito participei, conjuntamente com entidades nacionais e internacionais, no passado dia 25, na conferência “Gestão e Conservação de Ecossistemas Aquáticos”, realizada em Torres Novas.
A sessão de abertura foi presidida por Jorge Rodrigues (ADIRN), Rui Borralho (Naturlink), João Farinha (INCN) e Pedro Ferreira (Câmara Municipal de Torres Novas). Salientou-se a importância da formação profissional no desenvolvimento local e a urgência da participação em programas internacionais, criando parcerias com as mais diversas entidades, a fim de fomentar esse mesmo desenvolvimento.
O programa incluiu diversas apresentações, seguindo-se discussão sobre os temas apresentados:
- Gestão e Conservação de Ecossistemas Aquáticos no Amando e no Alvão
- O Plano de Ordenamento da Reserva Natural do Paul do Boquilobo e sua importância para a gestão da área protegida
- Estratégia de gestão e conservação da maior lagoa natural da península ibérica: desafios e oportunidades
- Restauração e reabilitação de linhas de água – o espaço da engenharia natural
- Ecological Restoration of migratory fish in South West England
- Peixes migradores em Portugal: crónica de um fim anunciado
- Reprodução em cativeiro como ferramenta para a preservação de espécies criticamente ameaçadas de peixes de água doce
- Boas e más notícias: gestão das lagoas temporárias de Longueira-Almograve para a conservação do cágado de carapaça estriada versus o colapso da comunidade de anfíbios do Paul do Boquilobo
- Reintrodução da águia pesqueira em Portugal
- Utilização sustentável das zonas húmidas através do Ecoturismo
Esta ultima apresentação foi particularmente interessante: acompanhando o crescimento do Turismo nos últimos anos em Portugal, o setor do ecoturismo tem apresentado uma taxa de crescimento superior a qualquer outro. Este facto justifica-se pelos seus valores ambientais, estéticos, culturais, recreativos, espirituais e, obviamente, económicos. As suas atividades focam-se não apenas no lazer mas especialmente na aprendizagem, sendo procurado por empresas, grupos escolares, grupos de amigos e famílias. Há uma grande preocupação no enaltecimento dos produtos locais, criando oportunidades de emprego, envolvendo diferentes setores económicos uma vez que permite a parceria de múltiplos stakeholders (privado, publico, ONGs, ADL, …). O Aumento da qualidade da oferta ecoturística promove o aumento de turistas, da criação de negócios e emprego os quais, por sua vez fomentam a qualidade de vida. Os valores naturais são valorizados, o que permite uma melhor gestão dos recursos, com consequente aumento do empreendorismo…como é evidente tudo isto traz benefícios económicos locais.
O ecoturismo conjuga os benefícios económicos com a conservação da natureza, e cria uma sensação de orgulho nas comunidades que acabam por participar ativamente na sensibilização e educação ambiental
Margarida Borralho, Formadora de Sociedade, Tecnologia e Ciência
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Júri de Certificação de Nível Básico – 28 de Novembro de 2011
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
A CENTRALIDADE DE OURÉM (III)
Francisco Vieira
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Júri de Certificação Nível Secundário
Hoje, no nosso CNO, realizaram-se duas sessões de Certificação de Nível Secundário.
Na sessão da manhã, contámos com a presença do Professor João Gonçalves enquanto Avaliador Externo e, na sessão da tarde, com a Eng.ª Nélia Cid. A ambos agradecemos a sua disponibilidade para estarem presentes, bem como as palavras de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pelos adultos.
O momento da Sessão de Certificação é para toda a equipa um grande motivo de orgulho, por ver os nossos adultos satisfeitos e emocionados. Para muitos, um objetivo, um sonho que pensaram nunca ser possível, e que hoje viram concretizado.
As apresentações realizadas pelos adultos, proporcionaram-nos uma diversidade de temas, desde a música, a conservação de frutas, as energias renováveis, a construção de uma moto, até ao património local. Com estas demonstram que são merecedores da certificação de nível secundário e dão provas da sua diversidade de conhecimentos e competências.
A todos felicitamos: Carlos Alves, João Manhãs, Maria de Lurdes, Maria da Conceição, Rui Fino, Elsa Oliveira, Susana Fernandes, Maria Teresa e Pedro Nunes.
Termino com uma dedicatória que nos foi feita por uma das adultas certificadas hoje, Maria da Conceição Rodrigues.
Esta é a última página
Que neste processo vou escrever
São apenas algumas palavras
Para aos Formadores agradecer
Foi muita a paciência
Que tiveram de me aturar
Da minha parte a vontade
Em conseguir triunfar
Obstáculos me impediram
De eu conseguir continuar
Sou persistente e teimosa
Não deixei de lutar
Tinha outros compromissos
Para fazer formação
Que fiz em paralelo
E recebo certificação
Mais o serviço voluntário
Que não deixei de fazer
Houve dias desgastantes
Que até faziam tremer
Só com esforço se consegue
Vê-se aqui bem a diferença
Mais uma vez está provado
Que aprender compensa
Tudo em paralelo
Foi muito complicado
Só com a vossa compreensão
Posso ter o processo terminado
Ainda falta o último dia
Esse tão desejado
Aguardo com esperança
Receber o certificado 12º ano
Não é fácil descrever
O que vai nos sentimentos
A toda a equipa empenhada
Os meus sinceros agradecimentos
Também ao RVCC
Pela ideia genial
À Escola de Ourém
E ao nosso Portugal
Elsa Fonseca (Formadora de CP)
Perguntei a uma Poeta
Perguntei a um poeta
Onde está a poesia?
E o brilho do seus olhar
Logo veio iluminar
A resposta que eu pedia.
O seu olhar sonhador
Se fixou no céu cinzento
Deu-lhe um toque mais de cor
Ficou azul de momento.
Nesse seu olhar profundo
Vi a resposta pedida.
Que a poesia está nos olhos
Que a conseguem ver na vida.
Pode estar no azul do céu
Nesse azul que eu pude ver,
Está no murmúrio da água
Que da fonte vês correr,
Está nas estrelas, no mar
Na vida sempre em mudança,
E quando estás a olhar
Nos olhos de uma criança.
Está na beleza das cores
É feita de mil palavras.
Está nos teus muitos amores
E na terra quando a lavras.
Também está no sol, na lua,
No cantar de um passarinho
Quando tu olhas surpresa
Como ele tece o ninho.
Está na magia da noite
Na beleza que há no dia.
Mas, é preciso que olhes
Com os olhos da poesia.
Maria Celeste Faria, adulta a frequentar o processo RVCC de nível básico, no Centro Novas Oportunidades da Insignare.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Aquela doença...
Lembro-me de um dia, quando iniciava a minha etapa escolar, a minha avó ter sido operada e não ter resistido…a minha disse-me: “a avó morreu com aquela doença…não havia nada a fazer.” O cancro começava rapidamente a fazer vítimas, atacando impunemente, sem se compadecer com estratos sociais ou faixas etárias. Quem de nós teve a sorte de não ter perdido um familiar ou amigo?
O cancro é a doença com mais custos económicos, segundo um estudo da um estudo da Sociedade Norte-Americana do Cancro. Esta enfermidade custa mais em produtividade e em perdas de vidas humanas do que a sida, o paludismo, a gripe ou outras doenças contagiosas. A OMS estima que o cancro possa derrubar, este ano, os ataques cardíacos da liderança das causas de morte. O estudo é patrocinado pela Livestrong, a fundação do ciclista Lance Armstrong, que superou um cancro.
Mas eis que surge uma luz ao fundo do túnel, apesar de já vir tarde para alguns. Uma radioterapia que pode eliminar o cancro numa única sessão, mesmo com o tumor já espalhado, estará em breve disponível em Portugal, através de uma máquina quase única no mundo que ficará instalada na Fundação Champalimaud. O equipamento permitirá fazer radioterapia de dose única, tratamento que requer um elevado nível de precisão e que poderá ser feito em poucos minutos e sem qualquer toxicidade para o doente.
Esta técnica de radioterapia de dose única, disponível para tratamento no final do primeiro trimestre de 2012, vem permitir tratar muitos dos casos de cancro com metástases, sobretudo os menos disseminados. Trata-se de uma radioterapia por imagem guiada, em que se faz uma TAC e o tratamento em simultâneo, que exige um elevado nível de precisão para que a dose única seja aplicada no local adequado e se torne suficiente. As metástases significam 90% das causas de morte por cancro e infelizmente a resposta da comunidade médica nestes casos passa apenas pelos cuidados paliativos. Carlos Greco, responsável pela Fundação afirma: "Já testámos este equipamento e esta técnica na Universidade de Pisa, em Itália, e os resultados foram surpreendentes. Tem é de ser administrada uma dose suficientemente forte para erradicar o tumor. E já provámos que funciona em qualquer tipo de cancro, mesmo num dos mais resistentes à quimio ou radioterapia."É uma revolução", resume, assegurando que é indolor, se elimina a toxicidade e se consegue fazer o tratamento "de olhos fechados" demorando menos de um quarto do tempo do que as sessões convencionais de radioterapia. Ou seja, em 10 minutos consegue-se o mesmo do que com a cirurgia, mas permitindo ao doente ir para casa de seguida e sem risco de morte.
A vantagem, segundo o especialista, é que este método permite tratar várias lesões numa mesma e única sessão: "Podemos finalmente oferecer aos doentes metastáticos, mais do que uma esperança, uma realidade - sem dor e sem invasão".
Contudo, a radioterapia de dose simples requer uma equipa estruturada e investigação em patologia molecular, para que se estude cada caso e a dose certa a dar em cada tipo de cancro."Isto significa uma medicina personalizada. Selecionamos a dose conforme a histologia e a genética de cada pessoa. Só pode ser executado por uma equipa multidisciplinar", comenta.
O diretor da Fundação lembra que a administração tem estado a trabalhar com o Governo português e que as negociações futuras serão feitas com cada um dos hospitais que manifestem interesse. Por agora, a Fundação só recebe doentes particulares, tendo já acordos com oito instituições com seguros de saúde. Apesar de nunca revelar o custo do equipamento para a radioterapia de dose única, Greco garante que o tratamento sai menos caro do que a radioterapia convencional. O custo para o sistema de saúde é muito mais baixo. A máquina vive por 10 anos e trata quatro vezes mais doentes", sublinha.
A ciência, mais uma vez, ao serviço da Humanidade.
Margarida Borralho, formadora de Sociedade, Tecnologia e Ciência