quinta-feira, 24 de junho de 2010

O Testemunhho de um Adulto Certificado

O processo RVCC é, por definição, um reconhecimento de histórias de vida. Mais do que falar em referenciais e competências abstractas escritas num qualquer decreto-lei, é importante dar voz às pessoas que fazem o processo e, durante alguns meses, abdicam de si próprias para verem reconhecido algum do talento que possuem. Esta é a introdução do dossier de uma dessas pessoas:

“Quando decidi inscrever-me no processo do RVCC, foi por necessidade de obter o 9º ano, pois o meu objectivo é tirar o curso de formação de formadores.

Quando iniciei, foi com grande motivação, no entanto, longe de mim esperar que o mesmo exigisse tanto de mim, a motivação não terminou e foi-se criando uma fome de saber mais, que sinceramente desconhecia na minha personalidade. Não posso deixar de agradecer aos formadores pelo empenho e motivação que sempre me deram.

Quando surgiram os primeiros trabalhos, não foi fácil executá-los, pois não tinha ainda computador (e ainda que tivesse, nada entendia do mesmo), foi aí que surgiram os cursos paralelos de TIC, Português e Matemática. Automaticamente inscrevi-me e foram muito interessantes, aliás, foram fundamentais na elaboração deste dossier.

Como sou uma pessoa comunicativa e com alguma experiência de vida, não foi muito difícil transpor para o papel e demonstrar as minhas competências nas quatro áreas, no entanto procurei fazer o meu melhor, aplicar toda a aprendizagem que fui adquirindo ao longo da minha vida.

Durante este processo, aumentei a minha auto-estima, criei novas amizades, desenvolvi as minhas capacidades a nível intelectual, o que penso que é fundamental.

Tenho vários projectos para o futuro, o RVCC vai abrir algumas portas para que possa frequentar os cursos que pretendo e tornar-me Formador de pastelaria. Espero que me permita ter uma vida mais estável e trabalhar de dia, pois de momento é impossível porque quase todas as casas têm o fabrico de noite, já trabalho de noite há vinte anos e ambiciono outro tipo de horário que me permita ter mais tempo para a família.

A forma como entendo neste momento o processo de RVCC é bem diferente daquela inicial em que o objectivo era obter um papel que me qualificasse para as minhas pretensões.

Actualmente, faço poucas coisas na vida sem sentir necessidade de entendê-las, compreender porque acontecem. O RVCC preencheu a maior parte da minha vida nestes últimos meses, como tal, tive oportunidade para me questionar, analisar e concluir afinal o que é este processo para mim? …
O RVCC é:
Li algures uma história que falava dum escultor!

Ao ser elogiado por um grupo de amigos que apreciava a sua última obra respondeu:

“A obra já existia, eu só me limitei a limar algumas arestas!”

Suponho que o processo de RVCC é isso mesmo, nós chegamos cá em bruto, com montes de arestas por limar. É aqui que entram as formadoras do nosso processo; agarram-nos e limam-nos, fazem transparecer o valor que há em nós.

Quando iniciei o processo, calculo que fossemos 20 pessoas presentes na sessão. É claro que me questiono acerca das possíveis razões que levam alguém a desistir, ou porque é que eu não desisti?

Costumo dizer com algum humor que este processo é como a nossa esposa:

“Ou nós a acariciamos, ou alguém a acaricia por nós!” acho que foi isso que me aconteceu, acho que com o desenvolvimento do processo e os cursos paralelos, fui-me entusiasmando, fui sentindo fome de aprender mais e deixei-me envolver por todo o processo.

Nesta altura acariciei-o e entreguei-me de corpo e alma, permitindo o trabalho do escultor.

Só me sinto triste porque muitas das pedras que começaram comigo se estalaram, partiram desistindo.

Mas não tenho dúvidas que a obra lá existe! Afinal, é a escola da vida!”

Elaborado por: Joaquim Marques Ferreira
Adulto certificado pelo CNO da INSIGNARE

sábado, 12 de junho de 2010

Finalmente a Tertúlia!


E finalmente a tertúlia realizou-se!


Se o tema foi Direitos Humanos e Cidadania e o mote dado por um livro que nos dá uma visão da 2ª Guerra Mundial a partir das experiências de um rapaz de 9 anos, o ambiente de média-luz e as velas que salpicaram as mesas do bar, deram o ambiente perfeito. Os adultos do CNO a quem foi proposta a leitura de "O Rapaz do Pijama às Riscas", de John Boyne, compareceram preparados com perguntas e cadernos de apontamentos, prontos para enriquecer o trabalho de exploração do livro que têm vindo a fazer com os formadores. Os colegas da INSIGNARE compareceram e participaram movidos pelo interesse do tema. Outras pessoas, motivadas pelo tema ou contagiadas pela história do livro compareceram também e ajudaram a tornar as cadeiras poucas para tamanha audiência.


Apesar de já muitos terem lido o livro ou visto o filme, a Fernanda Marques, candidata à certificação do 9º ano, começou por apresentar o seu próprio resumo da história e assim refrescar memórias menos presentes ou dar a informação necessária aos que ainda não a leram. A partir daí, o Drº Sérgio Ribeiro avançou para uma verdadeira aula de história sobre as origens e evolução da defesa dos direitos humanos, tocando e aprofundando as datas e momentos mais marcantes e explorando vários outros aspectos paralelos relacionados com a defesa dos direitos de cidadania e direitos humanos que enriqueceram o debate. Várias perguntas dos inúmeros presentes e o comentário de um excerto do livro animaram ainda a conversa sobre o tema, que terminou já passava das 23:30.


Desta forma descontraída o CNO concluiu uma das actividades previstas no âmbito do Plano Nacional de Leitura, que visa promover os hábitos e sobretudo o gosto pela leitura dos adultos em Processo RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação de Conpetências). Uma experiência para continuar, com outros candidatos à certificação, outros livros, outros temas e outras tertúlias.


Aos adultos do CNO que estiveram presentes, aos colegas da INSIGNARE que compareceram, a todos os outros interessados pelo tema que também compareceram e em especial ao Drº Sérgio Ribeiro por amavelmente ter aceite o nosso convite para orador, deixo o agradecimento pela presença e participação. Contamos convosco em futuras iniciativas!


Célia Silva

NOTA: acrescento a este breve comentário, o comentário do próprio orador, Drº Sérgio Ribeiro. A quem agradeço mais uma vez a presença e a divulgação do evento no seu próprio blog.

1º - o texto deixado no blog para ser publicado no momento em que decorria a tertúlia:

http://anonimosecxxi.blogspot.com/2010/06/proposito-de-o-rapaz-do-pijama-as.html

2ª - o comentário à tertúlia feito no dia seguinte:

http://anonimosecxxi.blogspot.com/2010/06/brevissima-nota.html


quarta-feira, 9 de junho de 2010

Outro resumo

"A história do livro “O Rapaz do Pijama às Riscas”, começa por nos relatar a vida de um rapazinho muito esperto, que vivia numa casa muito grande em Berlim, adorava tudo o que o rodeava e, de repente, viu que tinha de deixar tudo aquilo de que tanto gostava, inclusive os amigos, que ele pensava que eram amigos para a vida toda, para ir viver para muito longe dali, para um lugar e para uma casa de que ele não gostou nada. Mas porque assim tinha de ser, Bruno tinha de arranjar algo que lhe preenchesse o tempo e o vazio que sentia quando se lembrava dos amigos e de tudo aquilo que tinha deixado em Berlim. Lembrou-se de fazer um baloiço com uma corda e um pneu, mas quando brincou com aquilo, correu mal, aleijando-se num joelho, por isso não deu resultado.
Então um dia, pensou em ir explorar o sítio onde tinha de viver, saiu de casa e depois de andar um pouco sem encontrar nada de interessante, avistou ao longe o que lhe parecia ser um pontinho que se transformou numa pinta, que se transformou numa mancha, que se transformou num vulto, que se transformou num rapaz.Bruno, como era simpático e educado, cumprimentou o rapaz e apesar de haver uma vedação a separá-los, os dois sentiram logo um certo conforto em poderem conversar, pois nem um nem outro estava muito feliz com a vida que tinham.O que ao princípio começou por ser um passatempo para Bruno, agora cada vez mais se ia transformando numa grande amizade, muito importante para as duas crianças.
À medida que o tempo ia passando, Bruno começava a adaptar-se mais ao lugar onde vivia, porém sem nunca se esquecer de Berlim e de quem lá tinha deixado. Começou a escrever para uma pessoa, que de certa forma tinha sido muito importante na sua vida, a avó paterna. A avó de Bruno tinha sido actriz e isso fascinava-o, pois nas festas de Natal ela tinha-o ensinado a representar e esta faceta era-lhe agradável, pois afinal ele também sonhava vir a ser investigador. É uma profissão que antecede a outra e que está também ligada ao mundo das artes.
Enquanto isto, Shmuel e as pessoas que se encontravam no campo de concentração iam sofrendo os horrores do Holocausto.A vida da família de Bruno ia decorrendo normalmente, mas o coração da avó não resiste e, é mais uma perda na vida de Bruno. Com isto e com a amizade que tem a Shmuel, Bruno começa a ter menos saudades da vida que tinha em Berlim e quando ele por fim vê que tem a possibilidade de voltar para Berlim, já fica na dúvida se quer ou não voltar, pois percebe que o amigo Shmuel precisa muito de si. Então, hesita mas na esperança de que tudo irá acabar bem, decide voltar, pois a mãe e a irmã “o Caso Perdido,” são de facto mais importantes na sua vida. Mas como bom amigo que é, jamais iria embora sem se despedir e sem atender a um último pedido de Shmuel, que era encontrar o pai deste. Então para encontrar o papá de Shmuel que estava desaparecido há alguns dias e para poder explorar como era a vida do outro lado da vedação, Bruno, com a ajuda do amigo que lhe arranja um fato dos que eram usados no campo de concentração, veste-se de maneira a que fosse confundido com um deles. Com a ajuda de Shmuel que lhe levanta a rede da vedação, Bruno entra lá para dentro. Uma vez lá dentro, as duas crianças pressentem que um sentimento muito forte os envolve, mas exactamente por serem crianças não exteriorizam e partem para a aventura.
Por fim, quando a noite e o mau tempo estão quase a acontecer, os dois amigos preparam a despedida. É aí que algo acontece, sem perceberem muito bem o que está para vir, os dois meninos são atirados para a morte.
Embora acontecesse de mãos dadas e inocentemente felizes, estes dois meninos representam muito bem o que foi o inferno do Holocausto. E o inferno da injustiça dos homens.


A Formanda: Hortense Alves
Grupo 2/2010
Nível Básico

terça-feira, 8 de junho de 2010

Comentário ao Livro

A leitura deste livro veio recordar um tema que não me era totalmente desconhecido, mas que já há muito tempo estava ausente da minha memória.

O livro está muito bem escrito, encontra-se numa linguagem acessível e prende a nossa atenção do início ao fim (pelo menos comigo aconteceu). O livro retrata a vida de uma família que fazia parte do exército militar e com ela (esta família) fomos, ao longo da leitura, tomando consciência das barbaridades que foram cometidas durante a Segunda Guerra Mundial, especialmente o Holocausto, e também da inocência que ainda se encontrava no meio de tanta maldade.

Como disse atrás, a leitura do livro fez-me lembrar a realidade crua da Segunda Guerra Mundial. Como é que um homem conseguiu fazer tamanha monstruosidade com milhares e milhares de pessoas, incluindo crianças. Famílias inteiras de várias etnias, mas sobretudo os Judeus, foram destruídas sem o mínimo respeito pela dignidade humana.

Pesquisei um pouco na internet para tentar compreender melhor o que levou um homem com descendência de Judeus, a fazer tamanha barbaridade a famílias provenientes de diferentes estratos sociais: doutores, professores, engenheiros, bancários, comerciantes, entre outros e o que encontrei foi que este monstro, que fez parte da História, pretendia criar uma raça pura, a ”Raça Ariana”.

Já se passaram muitos anos, muitos mais hão-de passar, gerações que já partiram, gerações actuais continuam a lembrar familiares que passaram pelos horrores do Holocausto.

Auschwitz, uma palavra que traz à nossa memória os horrores praticados por Hitler, era um campo para onde aquele monstro mandou milhares e milhares de pessoas que ali acabavam por morrer de maneira humilhante e dolorosa, passavam fome, eram espancados, as mulheres violadas, viviam pior que os animais, aos montes, em barracas de madeira sem camas, sem cobertores apenas um mísero “pijama às riscas”. Se não morressem de fome, frio ou espancamento, morriam em câmaras de gás que eles diziam (os militares Alemães) serem chuveiros para tomar banho. Mais tarde, os corpos eram queimados e enterrados em valas comuns.

Muito havia para dizer sobre esta desgraçada monstruosidade que aconteceu na Segunda Guerra Mundial, não há palavras, por muito que se escreva, que descrevam a verdadeira brutalidade de todos estes horrores, mas o que verdadeiramente me preocupa é que humanidade parece não aprender com os erros do passado, pois se olharmos para o mundo, outros “holocaustos” têm acontecido e continuam a acontecer. Pergunto-me a mim própria, quando é que o Homem aprende o significado das palavras: paz, igualdade, dignidade, respeito, amor pelo próximo?

A formanda Sandrina Dias

Grupo 2/2010

Nível Básico

Resumo

“O rapaz do pijama às riscas”

Resumo da história

Bruno era um rapazinho de nove anos, que morava em Berlim com o pai, a mãe e a irmã, numa casa de cinco andares. Andava na escola e tinha três amigos que ele considerava os amigos para a vida toda.
O pai era militar de Hitler, foi mandado por este para “Acho-vil” (Auschwitz), como comandante do campo de concentração de Judeus.
Bruno não gostou da mudança pois “Acho-vil” era um sítio solitário, não tinha nem casas, nem lojas de comércio, nem pastelarias, nem pessoas a passear na rua e os amigos tinham ficado bem longe. Era um local sombrio, cinzento e o que intrigava Bruno era a existência de uma vedação com casas estranhas do outro lado, pessoas vestidas de igual, muito magras e por muito que Bruno pensasse, não conseguia perceber o que realmente se passava naquele lugar.
Os dias foram passando e Bruno, farto de não fazer nada, resolveu ir passear ao longo da vedação, mas sem ninguém saber pois uma das grandes proibições do pai aquando da chegada àquele sítio, foi para não se aproximar da vedação. Foi seguindo até que acabou por fazer amizade com um rapazinho que vivia dentro da vedação, o seu nome era Shmuel. Encontravam-se quase diariamente e falavam sobre as suas vidas, família e descobriram que ambos tinham nove anos e faziam anos no mesmo dia.
Os meses passaram e uma notícia levou a família a Berlim: a morte da avó paterna. Quando regressaram, Bruno foi ao encontro do amigo levando como era hábito comida e encontrou-o muito triste, pois o pai de Shmuel tinha desaparecido. Bruno, que gostava muito de explorações, ofereceu-se para o ajudar a encontrá-lo. Combinaram encontrar-se no dia seguinte e Shmuel levaria um pijama às riscas igual ao seu para Bruno vestir e passar despercebido dentro da vedação.
No dia seguinte, à hora combinada, encontram-se. Bruno despiu a sua roupa e vestiu o pijama às riscas, entrou na vedação e com Shmuel, foram à procura do pai. Depois de umas horas de buscas em vão, Bruno preparava-se para regressar a casa quando foram arrastados por um grupo de pessoas que era comandado para dentro de um pavilhão e sempre de mãos dadas ficaram. Shmuel disse a Bruno muito baixinho que era o seu melhor amigo para toda a vida. A porta do pavilhão fechou-se.
Nunca mais se soube nada de Bruno nem de Shmuel. A mãe e a irmã regressam a Berlim, o pai ficou em “Acho-vil onde em teoria conseguiu imaginar o que teria acontecido a Bruno. Partiu meses mais tarde com os soldados sem se importar com o seu destino.

Formanda: Sandrina Dias
Grupo: 2/2010
Nível Básico

"O rapaz do pijama às riscas" de John Boyne

Com base no Plano Nacional de Leitura, foi lançado um desafio aos nossos formandos de nível básico e secundário, lerem o livro de John Boyne "O rapaz do pijama às riscas".
O livro foi escolhido pelo facto de ser um livro de fácil leitura, pois muitos dos nossos formandos, infelizmente, não possuem hábitos de leitura. Parece que ainda os estou a ver, a olharem para mim quando os informei que teriam de ler o livro, muitas das suas expressões foram de descontentamento, alguns pensaram: "Eh, que seca! Agora tenho de ler um livro! Nunca li nenhum!" E claro, alguns perguntaram se o livro era "muito grande"!
Foi preciso motivá-los, dizer-lhes que o livro era interessante, que falava da Segunda Guerra Mundial e do extermínio do povo Judeu, mas tudo isto narrado por uma criança de 9 anos, cuja inocência sobre tudo o que estava a acontecer à sua volta estava bem presente ao longo da história do livro.
Assim, durante dois meses, Abril e Maio, os adultos foram lendo o livro e foram realizando as mais diversas propostas de trabalho: representação do capítulo 13; sessões de exploração do livro, sessões dedicadas à Segunda Guerra Mundial e ao Holocausto, à Declaração Universal dos Direitos Humanos; aos símbolos nazi e cruz de Davi; à simbologia dos nomes "Fúria" e "Acho-vil"; debates de ideias e para terminar, a tertúlia que terá lugar no próximo dia 9 de Junho.
Aqui vos deixo um resumo e um comentário feito por uma formanda. Outros irão ainda ser publicados!

Sónia Pereira

domingo, 6 de junho de 2010

Universidade na idade adulta

O acesso à universidade na idade adulta já não é novidade. Novidade é o número de pessoas que frequentam a universidade em idades que tradicionalmente não eram comuns. No ano lectivo 2008/2009 dos 117.838 alunos matriculados pela primeira vez, 51.525 (44%) tinham mais de 23 anos. E destes, 26.196 tinham idades entre os 25 e os 34 anos, quase tantos como os 29.237 que entraram com 18 anos. E com mais de 45 anos entraram neste ano lectivo 5.447 novos alunos.

O programa + 23, criado pelo DL 64/2006, define condições específicas de avaliação e acesso ao ensino superior para pessoas que tenham mais de 23 anos, independentemente de terem ou não concluído o ensino secundário. Apesar de já desde 1979 esta modalidade ser possível (então para pessoas com mais de 25 anos e através do velhinho exame ad-hoc), desde 2006 a procura de cursos superiores por pessoas adultas tem aumentado significativamente.
Aguardar que os filhos cresçam e se tornem mais autónomos, aguardar por uma fase de maior estabilidade na vida ou simplesmenmte ir atrás de um sonho há muito adiado, podem ser algumas das razões que levam cada vez mais pessoas a apostar na formação superior depois dos 30 ou 40 anos.
A história de uma mãe de 48 anos que foi caloira com o filho na universidade de Aveiro, de um feitor de 61 anos que se licenciou em Teatro e Artes Performativas na universidade de Trás-os-Montes e de um motorista e treinador de judo de 49 anos que partilha a sala de aula do Curso de Ciências do Desporto com o filho, em Coimbra, são exemplos de pessoas que aproveitaram esta oportunidade e resolveram dar uma reviravolta às suas vidas. Atrás de sonhos, de enriquecimento pessoal ou profissional, ou de qualquer outra razão, o que é certo é que estas pessoas apostaram em si próprias e quiseram ir mais longe. À semelhança dos 51.525 novos alunos com mais de 23 anos que em Setembro de 2008 iniciaram uma nova aventura nas universidades deste país.
Em tempos de forte instabilidade e de grandes mudanças, parece que há cada vez mais pessoas atentas à novas oportunidades. Dá que pensar.
Fonte: Jornal SOL, edição nº 196 de 4 de Junho último.
Célia Silva