quinta-feira, 3 de março de 2011

Reflexão das Aprendizagens Adquiridas no Encontro sobre Histórias de Vida na Educação e Formação de Adultos

Após três intensos dias de formação, em Arganil e tendo em conta o discurso inicial da Dra. Francisca (representante da Agência Nacional de Qualificações) relativamente ao facto de atualmente a maioria do público alvo dos Centros Novas Oportunidades apresentar algumas dificuldades e consequentemente haver a necessidade das equipas técnico pedagógicas terem mais formação, verifico que embora ainda não tenha notado esse facto nos adultos que tenho vindo a acompanhar, é igualmente necessária e importante a comparência neste tipo de encontros para que tenhamos a possibilidade de trocar experiências com colegas, arranjar estratégias de intervenção e enriquecer a nossa forma de atuar. Só assim conseguiremos estar ao nível do que se pretende na educação e formação de adultos.
Há que salientar, tal como referiu o Prof. Dr. Bravo Nico que os técnicos de Reconhecimento Validação e Certificação, bem como os formadores atualmente não se podem limitar a exercer as suas funções, é necessário acompanhar o máximo que conseguirmos cada adulto, dar valor àquilo que ouvimos, ter consciência daquilo que a pessoa é e do que quer vir a ser. A partir daí devemos conseguir ser os “Agentes de Mudança” e auxiliar em tudo o que estiver em torno dessa mudança.
Há que começar por perceber a história de vida das pessoas e dar consistência, ou seja, dar valor àquilo que nos é contado. Após algumas sessões os adultos começam a ter noção do que realmente são e a encontrar algumas falhas na sua vida e é nesse ponto que começam a sentir necessidade de tirar novas formações, procurar novas coisas e quando chegam ao fim do processo querem ir mais longe, geralmente não para aprender mais mas para saber aquilo que andam a fazer.
Tendo em consideração que os adultos estão em situação imatura permanente que obriga a escolhas constantes, é imprescindível que a equipa crie metodologias específicas de forma a levar a que as pessoas pensem sobre elas e se conheçam, para que posteriormente, tendo em conta as caraterísticas da sua personalidade e o contexto em que estão inseridas definam os seus projetos de vida.
É essencial conhecer o contexto em que estamos inseridos, pois enquanto antigamente se tirava um curso que correspondia a um lugar específico, ou seja na área pretendida atualmente não é assim, estamos em mudança permanente e a necessidade de reconhecimento social permanece em cada um de nós. Logo, é necessário conseguir influenciar o contexto para se conseguir agarrar as necessidades, foi neste sentido que foram criados os CNO`s, com o intuito de criar um espaço convocador na construção de competências que permita o reconhecimento daquilo que as pessoas foram aprendendo ao longo da vida.
Portanto, constata-se que como referiu o Prof. Dr. José Alcoforado “As Histórias de Vida só fazem sentido porque se interpretam todos os saberes de forma a se enquadrarem no contexto, dando outro sentido às aprendizagens e à vida”.

Mónica Faria - Técnica RVC_NS

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