quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

EP'AVENTURA... Uma primeira experiência

No dia 1 de Dezembro, o Clube EP’AVENTURA da INSIGNARE organizou um percurso pedestre pelo Planalto de Santo António, em plena Serra d’Aire. Percorreram-se cerca de 20 km em 4 horas e meia, cumprindo dois percursos: o da Fórnea e o do Castelejo.

A hora prevista para o encontro eram as 9:00h, mas as preocupações começaram algumas horas antes com a chuva intensa que se fazia sentir… Como seria fazer uma caminhada sob aquela chuva?? Todos os participantes se interrogaram. Todos, ao ouvir a chuva cair aconchegados nas suas camas, preferiam que o programa fosse cancelado… mas nenhum deu parte fraca, e à hora prevista todos compareceram para uma primeira aventura do Clube.

Apesar da noite marcada pela chuva torrencial, o dia amanheceu bonito. O sol brilhava e a temperatura, ainda que de Inverno, não estava tão severa como esperado.

A caminhada iniciou no Centro de Actividades ao Ar Livre em Alvados… mesmo no sopé da Serra, por um caminho de terra batida, circundado por terrenos onde Oliveiras carregadinhas de azeitonas esperavam que a mão do Homem as aliviasse de tamanho peso.

Aos poucos a inclinação foi aumentando, o caminho de terra foi desaparecendo, e os sapatos foram-se enterrando em terrenos onde a terra, molhada pelas chuvas recentes, se afundava sob os pés.

A primeira paragem teve como cenário uma queda de água em pleno vale da Fórnea. Uma paisagem magnífica que se fez anunciar pelo som incomparável e relaxante de água a cair que se começou a ouvir muito antes de se ver.

Após esta pausa, aproveitada para muitas fotografias, a caminhada complicou-se… e o grau de dificuldade aumentou substancialmente. O ritmo das passadas ia elevado. O pelotão da frente seguia distanciado dos que encerravam o grupo. Mas a subida íngreme que se aproximou e que marcou a etapa mais difícil de todo o percurso colocou um travão nas passadas apressadas. Quase a pique, do sopé ao cimo da serra, por um caminho improvisado de pedra solta, que resvalava por baixo dos pés ameaçando pequenas avalanches, o ritmo foi diminuindo, alternando poucas e vagarosas passadas com muitos períodos de descanso. Mas à medida que o corpo (sobretudo as pernas) ia perdendo a sua vitalidade, esta ia sendo compensada pela paisagem fantástica que surgia com a altitude.

Barretes, luvas, cachecóis, casacos e várias camadas de roupa protegiam o corpo. Todos vinham preparados para mais um dia rigoroso de frio… Mas o esforço necessário para esta etapa inicial obrigou a tirar os excessos de roupa. Os barretes, as luvas e os cachecóis foram os primeiros sacrificados. Seguiram-se algumas camisolas e casacos. Houve até quem continuasse caminho com uma leve T-shirt ou mesmo em manga curta.

Após a dura prova inicial, o passo voltou ao seu ritmo acelerado. Por montes e serrados… por terrenos pintados de verde e caminhos de pedra… sozinhos ou ladeados por cavalos, vacas, ovelhas e cabras… a conversa animava cada passo que se dava e as paisagens enchiam os olhos e estimulavam o espírito.

Nos últimos 20 minutos, com a fome a aumentar e a chuva, finalmente, a cair, o passo apressou-se ainda mais, apesar das pernas já muito cansadas e do corpo sobejamente castigado.

No final do percurso esperava-nos um quente e reconfortante almoço. Uma sopa de legumes a fumegar, bacalhau assado com batata a murro e migas, pudim ou arroz doce, e um café para aconchegar… Não sem antes, o grupo de aventureiros esfomeado ter esgotado, num ápice, todas as entradas colocadas em cima da mesa: croquetes, pastéis de bacalhau, queijo seco, azeitonas e pão.

O dia encerrou ao som do acordeão. E ainda houve quem tivesse disposição para uns passitos de dança… o mesmo que por ser demasiado apressado se distanciou tanto do grupo que se perdeu e correu o risco de ficar sem almoço. Valeram-lhe os prestáveis donos do restaurante “Flor da Serra” que, incansáveis, calcorrearam os caminhos mais próximos em busca do membro perdido… convencidos que de um aluno mais estouvado se tratava. Mas o quanto estavam enganados, porque o elemento perdido, com uma idade que ronda os 30 anos, há muito que deixou para trás as desventuras da adolescência, e hoje é um membro respeitadíssimo da família INSIGNARE… uma doce pessoa.

Sem comentários:

Enviar um comentário