quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A perda de memória e os lapsos na memória são perigosos para um Povo

Raramente tenho lido um texto com o qual me identifique tanto... Está no Museu das Ocupações, em Tallin. Li-o duas vezes, para confirmar se a tradução mental não me teria enganado. Fiquei quase petrificado a olhar para ele. Para não mais o esquecer, tirei uma foto. Estes dias têm sido intensos e muito cansativos mas as emoções sentidas naqueles minutos foram inesquecíveis.
Trocarei a nacionalidade Estónia por Portugal:
"A perda de memória e os lapsos na memória são perigosos para um Povo. Dito de outra maneira, a preservação de memórias históricas ajuda a fortalecer as identidades quer do Povo quer do Estado. Independentemente do que o passado trouxe (alegria ou luto, honra ou vergonha), merece ser lembrado. O passado não pode ser removido da memória. [Portugal] é o único País que os [Portugueses] têm. Queremos aprender sobre o que aconteceu neste país e dizê-lo aos outros. Este Museu desempenha também uma função específica como memorial para as multidões que estão sepultadas em sepulturas rasas. Se falharmos o perpetuar da memória dos que pereceram, é como se nunca tivessem sido postos em descanso. Uma combinação de diversos fatores ajudou a nossa oprimida sociedade a sobreviver, a levantar as nossas cabeças na primeira oportunidade que surgiu e a restaurar a nossa independência nacional. Enquanto o sofrimento das vítimas [portuguesas] foi certamente um fator motivacional neste processo, nós somos quem somos agora graças à ânsia de liberdade do Povo, e porque o Povo nunca perdeu a esperança."

Sérgio Fernandes
cno@insignare.pt

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