segunda-feira, 28 de março de 2011

As novas tecnologias como mecanismo de aprendizagem


As rápidas alterações na área tecnológica tiveram consequências na construção, no processamento e na divulgação da informação, motivaram, e continuam a motivar, profundas alterações na sociedade. Como é evidente, a Escola não pode ficar dissociada desta nova realidade e deve ser efectuado um esforço para que a Escola, enquanto espaço privilegiado de formação de jovens, se aproxime das Novas Tecnologias e da Sociedade de Informação. Esta nova realidade, cujos paradigmas são altamente flexíveis, coloca enormes e diversificados desafios à Escola.
Para responder a essas mudanças é preciso alterar o tipo de ensino predominante: o tradicional, de ênfase no ensino e não na aprendizagem. A aprendizagem e, sobretudo, o valorizar e potenciar o gosto por aprender dos alunos devem ser pontos estruturais nas Escolas, pois só assim os alunos poderão responder aos desafios que a sociedade lhes coloca sistematicamente. Mais importante do que os conhecimentos que adquirem, são as competências desenvolvidas e as ferramentas que os alunos adquirem. É fundamental que os alunos sejam consciencializados no contexto escolar que cada vez mais a aquisição de conhecimentos e competências devem e têm que ser efectuados ao longo da vida e que não se limitam apenas ao espaço físico e ao período cronológico convencional da Escola, ou seja, é essencial desenvolver o gosto por aprender. O novo paradigma de ensino deve ter em atenção estes aspectos, para que se consiga uma verdadeira eficácia da Escola e para que esta consiga concretizar os verdadeiros pressupostos: preparar os jovens para os desafios que vão enfrentar ao longo da vida.

É possível que se possa criar um novo conceito de educação utilizando plataformas de Internet, para gerar e divulgar conhecimento, que sejam acessíveis em larga escala ou de acesso limitado. A aprendizagem deve libertar-se do contexto físico da sala de aula onde se realça um controlo rígido do professor, que transmite a informação, ao contrário, é preciso investir na formação dos professores e na diversificação dos contactos que os alunos efectuam com o conhecimento. É fundamental que cada vez mais se incentive a utilização das Novas Tecnologias como um importante mecanismo de aprendizagem, mas neste processo é importante que não se elimine a presença humana, apenas que esta possa permitir ou complementar o desenvolvimento das competências e dos mecanismos essenciais para uma efectiva aprendizagem. Caso isso aconteça, a produção e aquisição de informação e conteúdos é mais efectiva e ao mesmo tempo possibilita que não se limite ao espaço físico das salas de aula. Como é óbvio, esta mudança e esta utilização das potencialidades das Novas Tecnologias por parte da Escola não é um processo rápido e imediato, mas cada passo é um passo importante para a concretização deste cenário.

As novas tecnologias, incluindo a Internet, podem também ser um instrumento importante para que o professor consiga motivar para a aprendizagem no espaço da sala de aula, visto que os alunos estão familiarizados com esses instrumentos/mecanismos e são, na maioria dos casos, valorizados pelos alunos. As Novas Tecnologias podem e devem ser um importante mecanismo para a aprendizagem, desde que não se procure retirar completamente o elemento humano do processo de aprendizagem dos alunos.
Ana Vazão

sexta-feira, 25 de março de 2011

Mesmo na Torre de Babel…se podem estabelecer consensos.


Educar, do latim educare, significa levar a bom porto. Desta forma, a educação se assemelha mais a um andar permanente que a um estado fixo: implica dinamismo e criatividade. Sem dúvidas, não há educação sem um caminho por recorrer, sem um bom método. Na actualidade a arte de ensinar é cada vez mais complexa, vivemos numa era de informação e de vínculos, a dizer de Edgar Morin*: “uma era planetária”. Por isso, se requer assumir a realidade , abraçar os temas desde as diversas dimensões, disciplinas e ciências com o fim de evitar qualquer dicotomia. Cada ciência, em particular, reflecte-se na escola através das disciplinas, mas estes isoladamente, não podem ajudar os alunos (futuros trabalhadores) para entender os fenómenos da natureza, a sociedade e do pensamento, de uma forma holística, habilitando-os a transformar o mundo para o bem da humanidade (incluindo até mesmo a sobrevivência dos seres humanos) e enfrentar os desafios da sociedade actual e futura. As fórmulas? Podem ser muitas, mas acredite que só as descobriremos se criamos espaços sistemáticos de intercâmbio metodológico entre professores, onde se conciliem as posições teóricas e conceptuais das disciplinas sem perder de vista as necessidades dos formandos de acordo ao contexto e a realidade onde habitam e vão a desenvolver-se. Neste sentido, a planificação das aulas tem um papel de suma importância, deve ser actualizada, feita com base no diagnóstico da turma e com pensamento integrador. Devemos aspirar a formação interdisciplinar dos alunos como forma de apropriação de uma cultura geral, que exige uma educação sistemática no exercício dum trabalho científico para desenvolver o pensamento reflexivo, crítico, criativo no formando, permitindo uma atitude adequada como profissional, do contrário caros colegas não conseguiremos fazer frente as soçobras de alta mar e o nosso precioso barco nunca chegara a terra. Ana María Garcia Salvador (formadora de Espanhol) *Edgar Morin: Pseudónimo de Edgar Nahoum, antropólogo, sociólogo e filosofo francês.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Palavras Simples - Esta Europa que nos separa


"Escrevo num teclado germânico que deve ter aderido a qualquer estranho acordo ortográfico. Não acerto uma. Pelas sorumbáticas ruas de Kiel corre um vento gelado que arrasa qualquer entusiasmo lusitano.

Participo de uma reunião de diretores de escolas, no âmbito de um projeto apoiado pela União Europeia. Alemães, franceses, espanhóis, austríacos, finlandeses, turcos, romenos, ingleses e naturalmente portugueses. Partilhamos as nossas especificidades e os nossos problemas, descobrindo atentamente, nas experiências dos outros, soluções que nunca tínhamos imaginado.

Entre tanta coisa comparada, facilmente concluímos que temos um sistema de ensino secundário dos mais baratos da Europa. É interessante ver a facilidade como toda a gente sabe exatamente quanto gasta por aluno/ano e quanto recebe do Estado. Públicos e privados. E como é bem mais fácil gerir quando toda a gente tem acesso a toda a informação e se conhecem as regras.

E que imensa serenidade se transmite a uma estrutura de ensino a quem ninguém questiona o futuro, porque todos reconhecem que o fundamental é garantir os meios financeiros para atingir superiores patamares de qualidade.

Como é diferente esta Europa que nos une.”

Francisco Vieira

Diretor executivo da Insignare

In Região de Leiria, 4 de março de 2011


quinta-feira, 3 de março de 2011

Reflexão das Aprendizagens Adquiridas no Encontro sobre Histórias de Vida na Educação e Formação de Adultos

Após três intensos dias de formação, em Arganil e tendo em conta o discurso inicial da Dra. Francisca (representante da Agência Nacional de Qualificações) relativamente ao facto de atualmente a maioria do público alvo dos Centros Novas Oportunidades apresentar algumas dificuldades e consequentemente haver a necessidade das equipas técnico pedagógicas terem mais formação, verifico que embora ainda não tenha notado esse facto nos adultos que tenho vindo a acompanhar, é igualmente necessária e importante a comparência neste tipo de encontros para que tenhamos a possibilidade de trocar experiências com colegas, arranjar estratégias de intervenção e enriquecer a nossa forma de atuar. Só assim conseguiremos estar ao nível do que se pretende na educação e formação de adultos.
Há que salientar, tal como referiu o Prof. Dr. Bravo Nico que os técnicos de Reconhecimento Validação e Certificação, bem como os formadores atualmente não se podem limitar a exercer as suas funções, é necessário acompanhar o máximo que conseguirmos cada adulto, dar valor àquilo que ouvimos, ter consciência daquilo que a pessoa é e do que quer vir a ser. A partir daí devemos conseguir ser os “Agentes de Mudança” e auxiliar em tudo o que estiver em torno dessa mudança.
Há que começar por perceber a história de vida das pessoas e dar consistência, ou seja, dar valor àquilo que nos é contado. Após algumas sessões os adultos começam a ter noção do que realmente são e a encontrar algumas falhas na sua vida e é nesse ponto que começam a sentir necessidade de tirar novas formações, procurar novas coisas e quando chegam ao fim do processo querem ir mais longe, geralmente não para aprender mais mas para saber aquilo que andam a fazer.
Tendo em consideração que os adultos estão em situação imatura permanente que obriga a escolhas constantes, é imprescindível que a equipa crie metodologias específicas de forma a levar a que as pessoas pensem sobre elas e se conheçam, para que posteriormente, tendo em conta as caraterísticas da sua personalidade e o contexto em que estão inseridas definam os seus projetos de vida.
É essencial conhecer o contexto em que estamos inseridos, pois enquanto antigamente se tirava um curso que correspondia a um lugar específico, ou seja na área pretendida atualmente não é assim, estamos em mudança permanente e a necessidade de reconhecimento social permanece em cada um de nós. Logo, é necessário conseguir influenciar o contexto para se conseguir agarrar as necessidades, foi neste sentido que foram criados os CNO`s, com o intuito de criar um espaço convocador na construção de competências que permita o reconhecimento daquilo que as pessoas foram aprendendo ao longo da vida.
Portanto, constata-se que como referiu o Prof. Dr. José Alcoforado “As Histórias de Vida só fazem sentido porque se interpretam todos os saberes de forma a se enquadrarem no contexto, dando outro sentido às aprendizagens e à vida”.

Mónica Faria - Técnica RVC_NS

Baile de Gala INSIGNARE....

No dia 26 de fevereiro a INSIGNARE organizou um Baile de Gala, no âmbito das comemorações dos seus 20 anos de existência.
O local escolhido para o evento foi o Complexo Turístico D. Nuno e às 20:00h começaram a chegar os primeiros convivas.
Antigos e atuais alunos da Escola Profissional de Ourém e da Escola de Hotelaria de Fátima, antigos e atuais colaboradores da INSIGNARE e muitos amigos conquistados ao longo dos anos quiseram estar presentes neste grande dia de comemoração. Reuniram-se cerca de 500 pessoas e, alturas houve em que o espaço reservado para o Baile se tornou pequeno para tantos dançarinos.
Depois de muitas fotografias tiradas, iniciou-se o jantar em ambiente de muita animação. Colocaram-se conversas em dia, relembraram-se muitos momentos vividos, reviveram-se situações… recuaram-se 5, 10… 20 anos atrás… e soltaram-se recordações.
Ao longo da noite muitos foram os momentos altos. Destacam-se dois especiais: O momento musical protagonizado por alunos da Escola de Hotelaria de Fátima. Andreia Ferreira, François Cadima, Diogo Gomes e Diogo Oliveira interpretaram 4 músicas, num mini espetáculo que pretendeu servir de aperitivo ao Baile propriamente dito. E a abertura do baile protagonizada pelos alunos, também da Escola de Hotelaria de Fátima, David Braz e Jéssica Gil que, ao som da valsa, nos ofereceram um bonito espetáculo de dança.
Muito mais haveria para relatar.. mas como se relatam emoções? Como se relatam momentos, reencontros, conversas… quando o essencial a reter são as sensações que ficam guardadas em cada um de nós?
De realçar a elegância com que todos se apresentaram. Foi efetivamente uma noite muito bonita. Sobretudo pelo que se viveu, mas também pelas roupas lindas que desfilaram, pelos penteados cuidados, pelos adereços… pelo glamour que todos souberam imprimir a esta grande festa.
Esta foi a primeira edição do Baile de Gala da INSIGNARE. Contamos repetir anualmente este evento e fazer deste momento o momento de encontro entre a comunidade escolar das duas escolas - Escola Profissional de Ourém e Escola de Hotelaria de Fátima – e de todas as outras valências que hoje constituem esta grande entidade que nasceu como Escola Profissional de Ourém, uma realidade muito local, mas que soube crescer de forma sustentada, tendo hoje uma projeção a nível nacional.